Entenda neste artigo o legado do educador Paulo Freire que nasceu em Recife (PE), em 19 setembro de 2021, chamado Paulo Reglus Neves Freire, filho de Edeltrudes Neves Freire e Joaquim Temístocles Freire.
Casou-se com Elza Maia Costa de Oliveira. Tiveram os filhos: Maria Madalena, Maria Christina, Maria de Fátima, Joaquim e Lutgardes. 

Em 1943 Paulo Freire ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Foi professor de Língua Portuguesa no Colégio Oswaldo Cruz e de Filosofia na Escola de Belas Artes da UFPE. Apresentou as bases teóricas de seu sistema de alfabetização de adultos no II Congresso Nacional de Educação de Adultos, no Rio de Janeiro, em 1958. No ano seguinte, 1959, submeteu tese de concurso para a cadeira de Filosofia da Educação na Escola de Belas-Artes de Pernambuco. 

Já em 1963, na cidade de Angicos (RN), cerca de 300 trabalhadores, após 40 horas de estudo, foram alfabetizados. Foi a experiência mais conhecida de Paulo Freire, que atuava no Movimento de Cultura Popular (MCP). Neste mesmo ano, Darcy Ribeiro, ministro da Educação, recomendou a Paulo Freire que sistematizasse um programa nacional de alfabetização.

O Programa Nacional de Alfabetização, tendo como base alfabetizar no primeiro ano 1,8 milhão de pessoas, com o “Sistema Paulo Freire”, foi publicado em janeiro de 1964. Com o golpe civil-militar de março/1964, ele foi acusado de “subversivo e ignorante”, preso e levado para Olinda (PE), onde ficou 70 dias detido. Solto, partiu para o exílio. Ainda em 1964, após rápida passagem pela Bolívia, chega ao Chile, onde permaneceu por cinco anos. 

Em 1968, o livro Pedagogia do Oprimido foi publicado no Chile, obra mais conhecida e citada mundo afora e que só foi editada no Brasil em 1984.

A partir de 1969 começou sua peregrinação. Foi professor visitante da Universidade de Harvard, nos EUA. Em 1970, na Suíça, foi consultor educacional do Conselho Mundial de Igrejas. Esteve em mais de 30 países. No continente africano, em Guiné-Bissau e São Tomé Príncipe, assessorou o Ministério da Educação. 

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A abertura política no Brasil permitiu que as obras de Paulo Freire circulassem com pouca restrição e a Lei da Anistia, n. 6.683/79, facilitou seu retorno em 1980. No Brasil, Paulo Freire filiou-se ao Partido dos Trabalhadores.

Em 1986, morre Elza, a primeira esposa de Paulo Freire. Dois anos depois, em 1988, Paulo Freire casou-se pela segunda vez, com Ana Maria Araújo, Nita, também educadora pernambucana que conhecia Paulo Freire desde a infância. 

De 1989 a 1992, foi secretário municipal de educação, na gestão Luiza Erundina, São Paulo. Neste período, surgiu o Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA), que foi replicado por centenas de prefeituras do Brasil. Em 1991, foi criado o Instituto Paulo Freire, com participação do educador.

Última obra publicada em vida foi Pedagogia da Autonomia, em 1996. Paulo Freire morreu em São Paulo, de um infarto do miocárdio, em 1997.

A Lei nº 12.612 o reconheceu como patrono da educação brasileira, em 2012. Em sua trajetória, recebeu título de Doutor Honoris Causa por 41 universidades, no Brasil e no Exterior. O projeto Open Syllabus, em 2016, listou os 100 títulos mais citados nas ementas de programas de estudos de universidades dos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia. O Pedagogia do Oprimido é o único livro brasileiro na lista e o segundo do campo da educação, com 1.021 citações. 

Em 2021, o Instituto Paulo Freire do Brasil e outros no exterior organizaram eventos lembrando o legado de Paulo Freire em seu centenário de nascimento.



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